quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depoimentos: Nossas primeiras vivências com a leitura e com a escrita


Parece que foi ontem...
Mesmo vinda de uma família de não leitores, aprendi a ler e escrever muito cedo. Nas festividades que aconteciam na escola, eu sempre participava lendo algo.
O fato de fazer parte do grupo de teatro da escola, também colaborou para que eu estivesse sempre lendo alguma coisa diferente... Sempre apresentávamos alguma peça durante os eventos que lá aconteciam. Creio que tenha sido nesta época que eu tenha despertado para o gosto da leitura, principalmente pelos clássicos!
Minhas professoras sempre dedicadas e capacitadas, exerciam com muita propriedade, estratégias que nos remetiam ao fantástico mundo da leitura!
Hoje recordo com saudades daquele tempo e se pudesse voltar atrás com o poder de mudar alguma coisa, eu não mudaria absolutamente nada, pois muito do que sou hoje, agradeço aos meus mestres que me propiciaram experiências super positivas que definitivamente colocaram-me no lugar de uma leitora letrada e crítica como sou até hoje.  
Professora: Simone dos Santos Vieira


Minhas experiências de escrita e de leitura
            Eu devia ter uns quatorze anos e escrevia poemas em um caderno belíssimo no qual colava gravuras de casais de fotonovela e descrevia,  em versos, cada cena. Lembro que escondia esse caderno de todo mundo, morria de vergonha. Mas como eu queria tê-lo hoje. É uma pena que tenha se perdido em uma das mudanças que a família fez.
            Passados mais de trinta anos, ainda consigo recordar alguns poemas. Havia um casal se separando e um verso assim: “Que pena! Você chegou atrasado”. Esse verso era a minha vivência repleta de poeticidade. Eu é que chegara atrasada a um encontro. Escrevi até um poema em inglês. Não sabia nada e ao invés de escrever once, twice, escrevi one time, two times, mas nunca quis corrigir. Havia um poema sobre uma briga que tive com o meu pai e um verso escrito “E se um dia eu estiver feliz, mas muito feliz, não quero me lembrar de você.” Bobagens. Coisas de adolescente, porque meu pai é o melhor pai do mundo. Mas hoje, acho que foi muito importante ter escrito tudo aquilo.   Era o que eu sentia e consegui transferir para o papel minha mágoa. Eu era uma artista. Ah! Sobre a leitura, me apaixonei pelo Peri. Meus alunos sabem disso. O indianismo é o meu melhor assunto nas aulas de literatura. Depois de ter lido O Guarani, quis passar um tempo sem ler outro livro só para ficar recordando aquele índio lindo de José de Alencar.    

Professora: Rosangela Freitas de Assis

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